sábado, 13 de outubro de 2012

Encruzilhada


Sabe aquele momento que se encontra uma encruzilhada?
Ele estava vivendo esse momento. Sua vida, seus sonhos, seu futuro só dependiam dele para realizar ou não. Ele sempre foi um cara correto, de família, católico fervoroso sabia cada palavra que o padre iria dizer. Sua mãe o criou como pode afinal ela trabalhava muito e deixava só dando a este a oportunidade de ser alguém.

Ele teve medo e não arriscou, nunca arriscou. Seus caminhos eram escola, casa, igreja e no máximo a casa de uma amiga onde passava o tempo brincando com uma Barbie careca. Apaixonou-se pela professora, pelo coleguinha e pela coleguinha, nada de novo, pois sua mente muito infantil sabia que era apenas uma fase de sua infância.
Ele teve um cachorro que roubaram dele, ele tinha alguns brinquedos que perdeu quando colocou embaixo do travesseiro, ele teve uma bicicleta verde e o sonho de ser a Super Patrine. Sua vida era comum, como a vida de todos os outros meninos, era legal e chata como a vida de todos os meninos. Ele brigava na escola como todos os meninos.
Os únicos problemas dele eram: nunca 
ser chamado para o futebol, nunca ser chamado para zoar na praça e sempre ser chamado de boiola. Na verdade, ele não sabia o que era boiola porque seu pai nunca lhe disse a verdade. Seu pai também era um problema, sabe aquele pai inútil na criação da criança? O pai dele não era desses, era pior.
Ele sofreu um trauma bem normal na pré-adolescência, quis se casar com uma moça, tipo bem, mais velha que ele, quis conhecer o Cristo, mas foi mesmo ao Pão de Açúcar. Ele não era o preferido da vovó, nunca foi preferido por ninguém, sempre o chamaram de ovelha negra porque todos sabiam que ele traria o mal para o bom nome da família Silva.
Podemos ver que ele nunca teve nada que o deixasse com tantas dúvidas diante desta encruzilhada. Uma vida tranquila, sonhos e alegrias, detalhe ele até gostava de escrever alguns contos e poesias. Perdeu a virgindade com 14 anos e a outra aos 25 assim como seu primeiro beijo que foi aos 7 anos e o seu segundo aos 23 algo muito normal.
Pessoas cismam em classificar as outras e sempre o classificavam de erro, mas mesmo assim ele conseguiu se erguer, sacudiu a poeira do corpo e abandonou todos que diziam que ele não daria certo. Agora ele está nessa encruzilhada pensando qual o melhor caminho a tomar e como será seu destino.
Existem coisas que ninguém sabe e ele tampouco conhece seu futuro, mas já que chegou a uma encruzilhada o que vale é saber que qualquer caminho vai levar ao novo, ao desconhecido, ao futuro. Então, sabe aquele momento que se encontra uma encruzilhada?! Você se torna um adulto e agora sua vida, seus sonhos, seu futuro só dependem de você.

Sérgio Breneditt

sábado, 29 de setembro de 2012

Ao Encantado


A história não começa em uma floresta, mas tinha um cenário real. Era acolhedor, bucólico e singelo...
No caminho não tinha anões, nem casa construída com doces. No entanto, neste tinha a doçura de um chocolate e o companheirismo comum a amigos que sempre estão juntos.
Não tinha fada-madrinha, nem bruxa, nem ao menos maçã. Não tinha castelo, nem rei, nem princesa adormecida. O lobo mal também não faz parte desta história...
Você também não vai encontrar aqui ratinhos costureiros... Nesta existiu apenas dois personagens: o plebeu e o encantado.
Era para ser uma história de amor, um amor com uma tendência homoerótica bem transgressora, mas não foi assim que aconteceu... Por acaso eles se encontraram, foi por caso que viveram em cumplicidade e por caso se amaram.
Não teve planos, os caminhos, o destino, as mãos de Deus quem os guiou pela estrada que seguem as pessoas apaixonadas...
O Plebeu era a intensidade, o desbravador, era o cara que sonhava vencer. O Plebeu era misto de força e ingenuidade alguém que matava gigantes durante o dia e a noite chorava contemplando o mar.
Por sua vez, o Encantado era mágico, ilusionista, perspicaz... Um lord possuidor de tudo que encostava a mão. Seu rosto sereno e maduro inspirava a confiança de chegar a algum lugar. Ao lado do Encantado, ninguém estaria perdido e foi assim que o Plebeu se sentiu...
Os dois se completavam. Plebeu tinha a família e o amor, já o Encantado tinha a noite, a liberdade do ar em percorrer todos os espaços. Juntos eram invencíveis... Juntos eram completos... Juntos eram como misturar a chuva e o sol... Juntos eram arco-íris.
No entanto, depois de longos anos vivendo no anonimato dos afetos escondidos, o Plebeu pediu para ouvir a palavra amor... Por medo, o Encantado o deixou... Na solidão o deixou, não teve desculpas foi um simples adeus, uma carta que falava de uma herança de diamantes e mais solidão.
Hoje, Plebeu, não sabe nada sobre o Encantado... Segue vivendo sua vida, faz faculdade, trabalha e busca encontrar se não o arco-íris pelo menos um pote de ouro.
A história não acaba com um final feliz, não era um conto de fadas era apenas mais um conto... Não termina com a máxima “E foram felizes para sempre.”
O que sei e posso deixar registrado aqui é que o Plebeu ainda ama e mesmo negando espera a volta... A volta do Encantado.

Sérgio Breneditt

domingo, 23 de setembro de 2012

Uma História II


Na busca constante por Ele, o Outro seguiu um caminho Estranho.
O Outro e o Estranho foram apresentados pelo Novo, sim o mesmo que seduziu Ele.
O Estranho com seu papo cativou o Outro, afinal o Outro estava triste, angustiado e solitário. O querer por Ele ainda era intenso, a ferida continuava aberta.
Juntos, o Estranho e o Outro, seguiam pelas veredas inconstantes, fraquejantes e vacilantes. 
Nos braços do Estranho o Outro se lançou conhecendo assim o melhor amigo do Novo, o Desejo.
A história é simples e mais uma vez se resume no que já contei. 
Na busca constante por Ele, o Outro se entregou ao Desejo, ao Estranho e ao Novo... 
E Ele?
Ele nunca soube de nada, afinal já havia deixado o que considerava velho.

Sérgio Breneditt


sábado, 22 de setembro de 2012

Uma História


Na busca constante por algo Novo, Ele deixou o que considerava velho.

Abriu mão da estabilidade, deu ao Outro a liberdade e foi percorrer caminhos, até então, nunca percorridos...
Ele deixou cores, flores e valores para procurar o que morava mais longe... 

Deixou sabores para se fartar do gosto do incerto.

Ele preferiu ir em frente e até hoje não olhou para trás, certamente algo o atraia, algo o chamava.
O Outro fico atrás, pensando, chorando e esperando, mas Ele desapareceu no caminho e só restou neblina. O Outro nem imaginava o que Ele estava fazendo por medo de perder Ele para sempre.
No entanto, Ele estava bem sorrindo sorrisos e cantando canções para o Novo.
Ah!!! O Novo, o Novo era melhor. Afinal Ele não o conhecia direito. as qualidades eram mais visíveis e os defeitos inimagináveis, porém todo novo traz uma supresa...  Esta virá... Ele que aguarde.
A história é simples e se resume no que sei, que na busca constante por algo Novo, Ele deixou o que considerava velho...

Sérgio Breneditt